Manifesto Taoísta

Para onde você está indo? Qual a sua direção?

Você já se perguntou profundamente sobre isso??

Se ainda não, faça agora, já é hora.

Quantos anos você ainda tem pela frente?

Pare agora e pense nisso. Melhor ainda se puder sentir. Use seus sentidos, veja, observe, escute sua alma, tateei caso fique tudo escuro. Use as mãos, os pés, use o ouvido, procure perceber, procure compreender. Para isso use o corpo e os sentidos.

Nunca use a mente, ela está atrelada a direções que alguém traçou para você.

Ela engana!

Mente essa sua mente, enquanto lhe conduz para um abismo incerto.

Uma vida sem objetivos não é uma vida! Qualquer objetivo é valido, mas saiba por que o escolheu e assuma toda e qualquer responsabilidade, pois o seu destino quem traça é você.

Aperte os cintos, siga a direção e, como um guerreiro, nunca se deixe desviar, siga a sua bússola! Se oriente rapaz, pela constelação do Cruzeiro do Sul!

O mundo está cheio de gente sem direção, o mundo está cheio de “gente-desejo”: corpos e mentes seguindo desejos criados artificialmente por uma sociedade que quer vender a idéia da satisfação. Sentidos aprisionados pela mente e, mente aprisionada por desejos artificiais. Para isso foi criada a teoria das motivações.

Era um dia comum em uma pequena cidade do sul de Minas, a mocinha, linda, bem jovem chega a um ponto de venda de celulares. Namora a vitrine e pergunta; quanto custa um celular bem simples, o mais simples, um pré-pago? A vendedora atenta aponta um pequeno aparelho e diz o preço.

Pausa.., espera.., a mocinha linda já com o pequeno objeto do desejo nas mãos volta a perguntar; e quando custa um com câmera? Novamente a vendedora retira da vitrine um outro aparelho, agora mais bonito, mais caro sem dúvida. A mocinha linda agora segura dois celulares.

…e volta a perguntar, e aquele que tem GPS, que filma, toca musicas e passa filmes??

Novamente a vendedora retorna a vitrine e retira de lá uma caixa de pandora toda almofadada, um aparelho celular de 1500 reais. A mocinha linda abandona com desprezo sobre o balcão os dois aparelhos anteriores e, segura feliz a nova caixinha de pandora objeto de seu novo desejo. Começa a fazer contas; quantas parcelas? Aceita cartão?

Resumindo, de um simples celular pré-pago, que resolveria o seu problema de comunicação, a mocinha linda possui agora uma caixa de pandora, está presa a um gasto de muitos reais mensais e o valor alto de um celular pós pago. Naquele exato momento ela perdeu sua liberdade, a caixa de pandora se abriu, perdeu a direção, sua liberdade de escolha foi traída pelo desejo desnecessário.

Aprendemos no taoísmo que o mais é menos, e que o menos é mais. Assim funcionam as coisas no mundo natural. Estranha filosofia para um mundo artificial que nos ensina a cada segundo que o mais é bem mais do que podíamos imaginar e o menos, bem menos do que o que poderia nos contentar.

Assim caminham os homens sem direção, escravizados por necessidades desnecessárias e correndo muito para pagar o seu preço.

Se oriente rapaz… pela constelação do Cruzeiro do Sul… se oriente, ou o mundo vai acabar engolindo o ser natural que ainda existe em você.

No Taoísmo prático aprendemos que a solução para salvaguardar nossa liberdade interna, seria permanecer no centro, evitando concentrar nossa atenção na dualidade, manter o coração amoroso observando tudo a partir desse centro.

Somente assim preservamos nossa individualidade em um mundo que a cada dia uniformiza mais nações e pessoas, buscando uma unidade forçada à partir do fora, pasteurizando tudo com o objetivo sórdido em manter uma sociedade que só se interessa pelo prazer, pela satisfação imediata inconseqüente e perigosa.

Há leis universais regendo nossa vida. Quer queiramos ou não, nossas escolhas levam a uma conseqüência. A Grande Tríade, os poderes que regem as mudanças, que atuam alem do nosso livre arbítrio, são implacáveis. Não saber, ignorar, não nos libera das conseqüências advindas de termos feito escolhas que desarmonizam o fluxo dessas leis que regem a vida.

É preciso estar atento…e forte!!

Sempre.