Os bebês desenvolvem os sentidos em 5 fases

Aprenda a respeitar e a seguir as leis naturais das mudanças que vem embrionadas em seus filhos, que deveriam muito mais lhes ensinar. Educar é nada saber, é querer aprender.

Introdução

Há muitos anos atrás, quando estava escrevendo meu livro sobre o processo de interpretação do I Ching, minha filha mais velha e suas amigas começaram a ter filhos na mesma época. Como eu trabalhava em casa, muitas deixavam os bebês comigo quando precisavam urgentemente cumprir tarefas e não encontravam ninguem para ficar algumas horas com as crianças.

Como eu estava estudando as leis da mudança que formam a base estrutural do I Ching, O Livro das Mutações, aproveitei essa oportunidade única de poder observar bebês de uma mesma idade, em minha casa. Todos passando pela fase do balbuciar sons, que por parecerem tão semelhantes aos sons dos órgãos do corpo, (dentro das leis das 5 fases de mudança) resolvi investigar o fato. Era muito apropriado me dedicar à essa investigação, já também estava fazendo vários exercícios milenares dos sons que curam, o tema desses meus estudos.

Nessa época consegui determinar os diferentes sons que essas crianças faziam balbuciando a primeira fala, bem peculiares, e a classificar cada um desses sons com os que usamos para estabilizar as energias internas do nosso corpo e os órgãos vitais, usando as fórmulas deixadas por homens sábios do passado.

Um desses bebês repetia o som do coração, o único que conhecia, por ser o som que todos os meus 4 filhos balbuciavam. Mas, para minha surpresa, percebi que entre essas crianças, mais 4 sons foram identificados. Era muito óbvio, a sonoridade idêntica com os sons que nossos órgãos fazem ao cumprir suas funções e que repetimos em nossas práticas Taoístas.

Havia um bebê que repetia incessantemente o som do baço, da terra, um som de gargarejo bastante sofisticado para ser realizado por um ser tão pequeno! Uma das crianças, por ser filho de alguém muito próximo, pude acompanhar até a idade adulta e perceber que sua alma era tão harmoniosa e equilibrada quanto o som que emitia balbuciando, quando ainda bebê.

Essa foi a melhor constatação do quanto somos o resultado de leis maiores do que nosso livre arbítrio e o meio cultural e social onde nascemos. Nossa alma é forjada por essas leis imutáveis, leis que não foram criadas por humanos. Leis que foram reencontradas por esses sábios chineses que tinham um olhar atento à natureza e suas mutações. E o que elas nos ensinam? Quais são as bases dessas mutações? Quais os seus passos ao realizarem as mudanças? Vamos falar como elas agem no desenvolvimento de um bebê.

O Yin e o Yang e suas 5 fases de alternância

Os 5 elementos são fases de alternância entre o Yin e o Yang, os pares de opostos que criam
a vida, representados no Tai Chi; Dia & Noite; Homen & Mulher; Bem & Mal, e qualquer oposto existente.

Essas duas forças estão sempre se transformando uma na outra e o fazem em 5 fases aqui representadas.

Quando o Yin está mais forte temos a noite, o inverno (força Yin atuando), oscilando com o dia e o verão (força yang atuando), em um dos hemisférios, que oscilam entre um polo e outro formando a vida.

Há um período de intervalo onde os dois polos Yin e Yang ficam mais fracos, em um dia e numa estação, no surgimento do entardecer e no outono; e mais fortes, na madrugada e na primavera. Sendo o verão e o inverso o Yin e Yang identificados na curva maior do Tai Chi.

Essas 5 fases se processam no nascimento e morte de qualquer vida planetária, mineral, vegetal animal e humana.

Temos nossos dias e noites em nossas almas, e elas nos formam desde nossa gestação até nossa morte.

A cultura chinesa desenvolvida durante milhares de anos pela observação das fases de mudança dos polos Yin e Yang, nos mostra claramente os processos e fases da vida se formando em tudo que existe.

Durante a gestação e crescimento de uma criança, os sentidos vão se desenvolvendo seguindo esse mesmo padrão único das mutações. Veja como acontece:

A primeira fase da criação da vida é chamada de ÁGUA, não o elemento água em si mas o momento em que a energia recolhe forças para iniciar o ciclo de uma vida. Os ossos, os rins, o sexo, o sangue são formados nessa fase água.

Na vida humana, a audição é o sentido mais forte em um recém-nascido, que ainda dentro do útero, lá pelos 6 meses já é capaz de ouvir sons vindos do mundo exterior. Como podem ver, a primeira fase dos 5 elementos se inicia ainda nos últimos meses da gravidez, no momento em que o bebê é capaz de ouvir.

Os recém-nascidos já reconhecem a voz da mãe, ruídos internos da batida do seu coração e os ruídos dos órgãos trabalhando. Interessante notar, quando se tem a felicidade de conviver com bebês de diferentes mães, na idade em que começam a balbuciar, repetem o som do órgão mais forte do corpo da mãe e assimilam assim seus sentidos mais usados e seu estado emocional mais presente.

 

Ciclo de geração de energia de vida

Os cinco sons relacionados com os 5 elementos e órgãos são:

FASE ÁGUA: Som: thiuuu – Órgão do corpo: rins e sangue – Mães gentis e calmas com boa audição – Recolhe energia

FASE MADEIRA: Som: Fuuuuu (soprado) – Órgão do corpo: fígado e vesícula biliar – mães mais raivosas e criativas – crianças mais visuais – mães com bons olhos e muita imaginação – Gera energia

FASE FOGO: Som: ahhhhhh (soprado)– Órgão do corpo: coração e intestino delgado – Mães rápidas, amorosas, com um paladar bem desenvolvido, muito tagarelas e alegres – Distribui energia

FASE TERRA: Som: rrrrrr (de gargarejo) – Órgão do corpo: baço e sentido do tato – Mães equilibradas, com os pés no chão, protetoras e acolhedoras e carinhosas – Estabiliza energia

FASE METAL: Som: siiiiiiiiii (soprado) – Órgão do corpo: pulmão e pele – Mães mais tristes, justas e muito verdadeiras – com o sentido do olfato muito desenvolvido – Contrai energia

O PROCESSO DE GERAÇÃO DE ENERGIA ACONTECE ASSIM:

Água alimenta madeira (plantas)

Madeira alimenta o fogo

Fogo alimenta a terra

Terra alimenta o metal

Metal alimenta a água

Por volta dos 3 meses as criança iniciam o aprendizado do uso da visão – fase Madeira – olhando mais as mãos, descobrindo seu potencial. Adoram o movimento e as cores que aparecem na sua visão e seguem os movimentos de tudo a sua volta, acompanhando com os olhos e atenção plena.

Por volta dos seis meses de vida as crianças começam a desenvolver o sentido do paladar e a balbuciar o som mais conhecido, que ouviam quando ainda estavam em gestação.

Nessa época, apresentam seu talento maior como ser humano único. Isso se consolida quando começam a falar, entre os 9 meses e os dois anos de idade.
Aos 3 anos, inicia a fase estabilizadora – Terra – e precisam andar descalças, conhecer os cheiros e diferenciá-los.

Dos 6 anos até os 7 anos de idade desenvolvem seu sentido de justiça e começam a conhecer a tristeza, a decepção e a dizerem o que pensam e sentem dentro de si, usando as palavras.

Após os sete anos se inicia o uso maior do sentido mais forte do seu ser, adquirido quando ainda estava em gestação e quando balbuciou o som que mais ouvia dentro do útero da mãe. Seu ego então se completou e durante toda sua vida terá traços de personalidade bem de acordo com as qualidades desse elemento.

Se balbuciou o som da água (rins), será uma criança predominantemente calma e gentil e terá um ouvido acurado e vai amar a musica.

Se balbuciou o som da madeira (fígado), se apresentará como uma criança criativa, cheia de imaginação, se zangando facilmente mas também com uma capacidade de perdão inacreditável.

Se balbuciou o som do fogo (coração), será uma criança amorosa, alegre e muito paciente ou apressada demais. Tagarela ao extremo, estará sempre inventando historias e fazendo todos a sua volta sorrirem com suas conversas engraçadas.

Se balbuciou o som da terra (baço), será uma criança estável, cooperativa, protetora, muito calada, observadora e vai adorar receber carinhos.

Se balbuciou o som do metal (pulmão), será muito justa, firme, teimosa ou triste. Saberá distinguir diferenças sutis de cheiros.

Todas as mães precisam conhecer as 5 fases do desenvolvimento dos sentidos para não prejudicarem, sem saber, o desenvolvimento pleno da percepção adequada de suas crianças.

Há uma tendência, em nossa sociedade, de enfatizar nos brinquedos os sons, as cores e os movimentos. Porém um brinquedo que se move muito, oferecido à uma criança que está desenvolvendo o sentido da audição, pode prejudicar o pleno desabrochar de sua sensibilidade para ouvir coisas.

Conheci uma mãe que adorava usar em seu filho caçula a massagem de bebês, Shantala, e desde os 3 meses de idade, fazia 3 vezes por dia nessa criança.

Quando o garoto entrou na idade da alfabetização, foi diagnosticado um grau 5 de miopia.
A criança com 3 meses nunca deveria receber estímulos táteis e sim auditivos. Com as massagens, que desenvolvem o tato, o bebê deixou de ser estimulado a trabalhar os sentidos mais básicos da audição, da visão e do olfato, e pulou diretamente para aceleração do sentido do tato com o toque em sua pele. Isso afetou o desenvolvimento da visão e da fala que seriam as etapas anteriores as do desenvolvimento do tato. Essa criança era seu terceiro filho e o único que tem problemas de visão na família.

Meu neto mais novo acabou de nascer, e pude comprovar o quanto apurado é seu sentido da audição quando a mãe, tentando abrir uma embalagem, fez um som não muito agradável e ele em meu colo, levou um baita susto e ensaiou um choro muito perturbado.

Veja nesse vídeo o que usei para acalmá-lo, e som do AUM, e sua total atenção e resposta ao som.

Em poucos minutos a paz se instalou.

Infelizmente a mãe não conseguiu filmar quando ele estava agitado, só conseguiu filmar o resultado. O Martin, meu neto, ainda não balbucia e por isso escolhi um som mais universal para acalma-lo, o Aum Om.

Estamos acostumados a seguir os parâmetros criados pela civilização, as ideias de mundo que ela nos forja e nos que fazem seres inseridos em um sistema de crenças e princípios, porém que são destruídos quando deixam de espelhar as leis naturais.

O que realmente rege as leis da vida são as leis das mudanças e não as criadas por uma determinada civilização. Quantas foram destruídas pelos tempos? Para complicar tudo isso, a nossa civilização está morrendo. Não mais representa, em seus mínimos aspectos, as leis naturais que estamos inseridos, quer as aceitemos isso ou não.

Tempos difíceis esses pelos quais estamos passando. Nossas opiniões pessoais foram incrustadas em nossa formação por essa civilização e sua forma de compreender a vida, através da família com suas limitações, e de seus valores podres que criaram a violência. Essa vida onde o dinheiro virou um deus pervertido e nossas políticas um escravo de corporações desumanas que visam o lucro exorbitante e pouco se importam com a vida.

Nossos cientistas estão acordando tarde demais, depois de terem criado genocídios nunca vistos, e terem exterminado mais seres humanos do que todos os que morreram em guerras enlouquecidas, para gerarem mais lucros e recursos, para um por cento de homens avaros, que usam suas descobertas para terem mais poder e lucro.

Mães que criam seres do futuro precisam ser heroínas, dissidentes de um sistema implacável que age para exterminar qualquer tentativa de criarmos seres humanos virtuosos, que respeitem as leis maiores que regulam nossas vidas. Caso falharmos em criar uma nova geração, essas leis cuidarão de nos exterminar para que a vida continue, mesmo sem a nossa aprovação. Nesse ponto, entra em ação a lei do controle, onde cada uma dessas fases de mutação inibirá, até mesmo com o extermínio, essa raça que pode destruir suas leis mais harmoniosas e justas.

Não vou falar muito do ciclo de controle, para um bom observador é possível ver, ele age através do que chamamos catástrofes naturais e má sorte; aquecimento global, terremotos, tsunamis, vulcões em erupção, degelos, epidemias, doenças físicas e emocionais, e tantas outras que assistimos pelos noticiários globalizados.

Tempos difíceis, mas, para os que observam atentamente e sabem ver e ouvir, encontram ai, a possibilidade de fazer diferente, de buscar compreender por onde e como podemos reconstruir um universo que funciona além de tudo o que nos ensinaram e as leis para agir e trazer a harmonia e o equilíbrio.

Escrevo esse texto com esperança de algumas mães compreenderem que podem sim mudar um mundo futuro, trazendo de volta à suas vidas a obediência de uma vaca, de uma égua, às leis naturais que regem a vida da humanidade na terra. Essa terra voltará a ser grande e harmoniosa se observarem a natureza essencial do ser que trouxeram ao mundo e formá-los para serem naturais e humanos ao invés de servidores escravos dessa civilização que morre, seguindo escrava de suas próprias submissões à leis que não são naturais e que tornam os seres mais dependentes de padrões destrutivos, que estão sendo banidos nesse novo tempo que nasce.

Essa velha civilização está morrendo sem dó! Vamos ajudar a construir a nova que já está surgindo, sendo mães conscientes que sabem observar essas leis atuando em nossas crias naturalmente. Seguindo esse caminho teremos mais tarde uma raça de seres naturais e verdadeiramente HUMANOS.

Assim é esse maravilhoso mundo novo, que se recria dentro de suas próprias leis naturais. E nelas passamos, como passa toda a idade e todas as civilizações, que floresceram enquanto obedeciam as leis naturais, e foram destruídas quando delas se afastaram!

“Salve-se quem souber, porque poder ninguém pode mais!”

Frase de Walter Anton Smetak, músico suíço que me ensinou nos meus vinte anos a compreender a harmonia das esferas!